Nesse
momento parou. Voltou a ler “Anita Vaz Gomes” e aquelas palavras naquele sítio
parecia ainda não lhe fazerem sentido. Aí Pedro cai sobre a campa. Sentia o
coração a mil a hora, o mundo a desabar-lhe de baixo dos pés e como se não
conseguisse impedir Pedro começa a chorar. As lágrimas escorriam-lhe pelo rosto
e ele queria parar mas não conseguia.
- Porque é que foste fazer isto? Havia tantas soluções. Acabaste comigo.
Acabaste com tudo. Foste egoísta e só pensaste em ti. E eu? Onde estava eu nos
teus planos? Foste e deixaste-me. Não consigo fazer mais isto. Fizeste-me
prometer mas não consigo mais Anita. Tenho que contar tudo. – Gritava Pedro num
choro compulsivo.
Ali ficou duas horas na espera de que algo acontecesse. Reparou em tudo. Na
fotografia dela onde mostrava tudo de mais bonito que Pedro achava nela.
Lembrava-se daquele dia. Tinha sido no décimo primeiro ano. O momento em que
Pedro olhou para ele com outros olhos. Era uma festa de escola, algo parecido
com um baile e o traje pedido era de gala.
Pedro era seu par. Anita por alguma razão tinha-se preparado como nunca.
Caiam-lhe sobre os ombros longos cachos de caracóis loiros. Tinha-se maquilhado
levemente dando destaque aos olhos verdes, e posto o seu melhor vestido. Era
preto, justo. Tinha uns pequenos ornamentos em pedras nos ombros e as costas
eram abertas. “Estavas tão linda.”
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