quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A chamada desligou-se. Elisabete encaminhou-se para o escritório do seu chefe, Miguel, e pediu que a deixasse ir embora mais cedo. Algo no seu ar preocupado, na forma irrequieta com que se movimentava a fazer o pedido ou o tom ansioso ou nervoso com que pediu deu um vislumbre ao chefe de que algo de muito errado se estava a passar. Elisabete tinha-o posto a par da situação de Pedro devido a qualquer imprevisto que pudesse acontecer e ela precisasse de sair mais cedo. Miguel mostrava-se um homem bastante compreensível, não seria ele pai solteiro de dois filhos, o que rapidamente se prontificou a ajudar em qualquer coisa que fosse precisa.
- Sim podes sair, não te preocupes. Hoje não estamos muito atrapalhados e Elisabete, já sabes, alguma coisa que precises diz, não hesites.
- Obrigada Miguel. Eu depois reponho estas horas.
- Esquece isso e vai lá.
Elisabete agarrou nas suas coisas e quase a correr saiu dos escritórios. Entrou no carro e com grande velocidade dirigiu-se para casa na esperança de encontrar Pedro. Todos os dias o trajecto trabalho-casa demorava sensivelmente 25 minutos mas naquele dia apenas tinha demorado 10 minutos. Entrou em casa e com uma vista de olhos sobre o chão na esperança de encontrar a mochila de Pedro pousada no hall como era habitual subiu as escadas. A mochila não estava e rastos da presença também não.
- Pedro?
De nada lhe adiantou. Pedro não estava em casa e a única coisa que se ouvia como resposta era o vento a entrar pela janela do quarto. Procurou o telemóvel e acedendo há lista rápida ligou para ele. Ao fim de 7 chamadas não atendidas desistiu. Seguiu para a sala e esperou a chegada de Pedro. Ainda não acreditava em tudo que se estava a passar e alguma coisa lhe dizia que ainda havia muito mais para saber.

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