sábado, 4 de janeiro de 2014

Levantou-se e saiu. Em casa sabia que lhe esperava uma tempestade. Pegou no telemóvel e ligou para a central de táxis ao qual lhe atendeu uma senhora diferente da ultima vez. Pediu um táxi e esperou. Reparou que nunca lhe tinha passado pela cabeça que aquele numero lhe viria a ser tão útil,mas de muito lhe ajudou nestes últimos dias. No meio de todos os pensamentos irreflectidos parou um carro em frente. Não era o táxi. Mais uma vez se voltava a encontrar com Ricardo.
- Aqui mais uma vez Pedro?
A forma descontraída com que o cumprimentou demonstrou que ainda não sabia do que se tinha passado naquela manhã o que por sinal deixou Pedro mais descansado para a hipótese de as autoridades já saberem também da situação.
- Vim falar com Anita mas já me vou .. - enquanto Pedro dava a sua explicação foi intercedido por mais uma chegada de outro carro. Mais uma vez não era o seu táxi mas sim a sua mãe. Reparando no semblante carregado com que saiu do carro, Pedro concluiu que a mãe já saberia de tudo.
- Olá Ricardo. Pedro entra no carro temos que falar.
- Olá Elisabete. Que se passou? Não sejas dura com ele. Ele só estava aqui a falar comigo e veio visitar a Anita.
- Nada, tenho só umas coisas da escola que falar com ele. Está tudo bem contigo? Sabes que tens uma casa inteira à tua disposição e da Joana. Temos sentido muito a vossa falta eu e o António.
- Um dia Elisabete.
- Adeus Ricardo e cuida de ti, de certeza que Anita não gostaria de te ver assim. Ela gostava imenso de ti e acima de tudo tinha muito orgulho.
Com uma despedida de dois beijos e um longo abraço carinhoso entre amigos, Elisabete deslocou-se para o carro e deixou Ricardo a entrada do cemitério para mais uma visita à sua filha. 

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